Empresas de software tradicionalmente têm lucros maiores que as de hardware. As melhores do ramo atingem 30% de lucro com facilidade, enquanto as empresas de eletrônicos lutam para chegar aos 5%. O negócio de softwares precisa de menos pessoas e menos capital; ideal para um país com uma população em declínio e bancos pouco generosos. Empregos no setor de eletrônicos são escassos, e o trabalho pode se tornar enfadonho. Não é uma surpresa, portanto, que os jovens engenheiros criativos do Japão estejam entrando em contato com sua fraqueza interior.
O Japão há muito tempo produz populares softwares de videogames. No entanto, seus fabricantes de computadores fizeram pouco para gerar negócios independentes de software. Pelo contrário, ao incluí-los gratuitamente nas máquinas, eles disseram aos consumidores que os softwares não tinham valor, diz Kazuyuki Motohashi, da Universidade de Tóquio. Eles também aprisionavam os consumidores, tornando uma possível troca para um produto rival custosa e cansativa.
O resultado é que a indústria japonesa do software e pouco desenvolvida. Desde 2008 empresas japonesas perderam 20% de seu valor de mercado, mesmo em um período no qual tiveram um aumento de 15% no resto do mundo. Na relação entre os gastos com software e o PIB, o Japão ocupa a 35ª posição, como níveis próximos dos da Arábia Saudita.
Códigos japoneses tendem a ser inferiores, diz William Saito, um empresário que vendeu sua companhia de software à Microsoft. Isso acontece porque a programação reflete as deficiências da cultura japonesa de negócios: eles são escritos de uma forma hierárquica que dificulta o trabalho de pessoas de fora, diferentemente do que acontece nos Estados Unidos e na Europa.
Fonte: Opinião e Notícia